O AMOR
 
Carmen Fossari
 
Desconcerta o amor nos labirintos que caminho,
 
Inutilmente tateio chãos e os pés retornam ,
Não há  caminhos outros.
 
Escuridões e claros veios de meu ser.
Apenas a palavra cria ramas
me enleio nelas,
E vejo saltar de dentro de meu peito
 
Uma pequena ave que se afasta,
Lentamente.
 
Espreito a palavra abstrata
O  sabor do querer é o que permanece.
O fogo que me queima é o mesmo
que me salva,
me anula.
 
 Despir a noite, a lua nua
Vestir na aurora as asas de Phoenix
(que me empresta)
As cinzas ainda fumegam...