Canto camaleônico
Clara noite!
Sou uma camaleônica
E me perco no espaço que me obscurece
Perco-me no meio do chão que me escoa
Meio tempo, meio lua
Sinto-me louca, calada
Meio Arco, lua nua
Que me veste ao clarear
Quando a quentura me abraça
E sinto-me fria, colorida
Pelo corpo absurdo que me acalma
Daí pergunto-me...
Porque me atinges brava cor?
O refúgio me traz resposta
Enquanto o colorido me balança
Rio sozinha...em segredo
Longe do olho que me corre lágrimas
Silenciosa, fujo do medo
Longe do tempo por vagas horas
Vestida-me de textura mistifico
Envaidecida de cor pelas costas
Por volta de um tempo sem hora
Eu, afogo-me em cores
Elas correm de mim
E deságuam Rumores
Eu, por perto me desconheço
E num deixado espaço
Por ventura me despeço
De um corpo que corre pelos cantos
Findando o sôo que nunca sai
Seria do meu canto fechando
E ainda perguntando...
Porque me atingiste brava cor?
O sombrio me responde colorido
Que só a mim ele pode falar