O homem e o trem
Entre carros e horas que passam
Estático está aquele homem
Que vigia por instantes quebrados no tempo
O trem parado na estação
Dos que vão e dos ficam
Sorrisos e lágrimas
Mas o homem atento aos trilhos
E à direção que aponta a locomotiva
Imagina as vilas e lugarejos por onde irão passar
Enquanto os anos e a vida passam
Parado aquele homem está
Que observa as pessoas inquietas na plataforma
E as crianças alegres motivadas pela viagem
O homem se sente pequeno
Mas seu sonho é bem maior que o mundo
E no fundo do peito tudo o quer
É entrar no vagão e vagar trilhos a fora
Para o que há de vago no peito
Vagarosamente se preencha se satisfação
Mas a vida na cidade grita forte teu nome
E entre prédios, lojas, botequins e engarrafamentos
Passa aquele vago homem com sua mala cheia de responsabilidades
Aquele homem sou eu?