::::(...)Poeta!::::

Poeta (...)

Onde está teu lápis e papel?

Perdeu em alguma ponte?

Onde passavas a observar a multidão?

Feições desertas e seminuas

Lábios fechados sem palavras, mudos

Olhares perdidos e inquietos

Debaixo da ponte (...)

Era só um formigueiro de operárias

De cá pra lá, sem sentido algum

Um exército de robôs carnívoros

Que carregam no peito uma bomba-relógio

(...)coração!

Preste a explodir

A dilacerar a carne fraca

A pele fria, colorida em raças

Esta bomba que traz sentimentos

Que destila o veneno da desilusão

Poeta(...)

Não chores assim

Eu sei o que sentes

O mundo está no fim

No fim de tudo, do sentir

Implodindo-se cada vez mais

Talvez seja melhor chorar

(...)EM CIMA DA PONTE

com o olhar voltado para baixo

para um pedaço de terra batida

vermelha ...(como o coração)

Quem sabe em meio a rachaduras

Ao toque de suas lágrimas

Façam brotar da fenda rompida e escura

A rosa mais bela de cheiro profundo!

(...) Ah! Poeta...

Faça a sua poesia florir de roseiras o mundo...

Ana Luisa Ricardo
Enviado por Ana Luisa Ricardo em 04/11/2010
Reeditado em 08/12/2010
Código do texto: T2597317