::::(...)Poeta!::::
Poeta (...)
Onde está teu lápis e papel?
Perdeu em alguma ponte?
Onde passavas a observar a multidão?
Feições desertas e seminuas
Lábios fechados sem palavras, mudos
Olhares perdidos e inquietos
Debaixo da ponte (...)
Era só um formigueiro de operárias
De cá pra lá, sem sentido algum
Um exército de robôs carnívoros
Que carregam no peito uma bomba-relógio
(...)coração!
Preste a explodir
A dilacerar a carne fraca
A pele fria, colorida em raças
Esta bomba que traz sentimentos
Que destila o veneno da desilusão
Poeta(...)
Não chores assim
Eu sei o que sentes
O mundo está no fim
No fim de tudo, do sentir
Implodindo-se cada vez mais
Talvez seja melhor chorar
(...)EM CIMA DA PONTE
com o olhar voltado para baixo
para um pedaço de terra batida
vermelha ...(como o coração)
Quem sabe em meio a rachaduras
Ao toque de suas lágrimas
Façam brotar da fenda rompida e escura
A rosa mais bela de cheiro profundo!
(...) Ah! Poeta...
Faça a sua poesia florir de roseiras o mundo...