Maldita Ceia
Às três da madrugada, em meio às trevas
A mesa estava posta onde seria
Servida aquela refeição maldita
Aos servos do antigo anjo do dia.
Sentaram-se a seu lado seis soldados,
Do rei Satã seis grandes generais,
Eram todos convulsos e inquietos,
Famintos dos manjares infernais
Debatiam-se violentamente
Os demônios de modo assustador,
Lançavam uns aos outros maldições
Com gritos e risadas de terror.
À voz potente de seu comandante
Silenciaram todos e o seu rei
Solene a cerimônia iniciou
Declarando-lhes sua infame lei.
Expôs a todos seu desejo iníquo
De ser o rei supremo do universo.
Na borda da toalha ele escreveu
Com sangue todo seu plano perverso.
Em seguida tomou um bode vivo
E com o seu punhal partiu-o em dois.
Cortou a carne encheu de sangue o crânio
Que fez de taça e o tomou depois.
Pazuzu, Belzebu e Asmodeu,
De carne e sangue alegres se fartaram
E ao final da macabra reunião
Num grande turbilhão se dispersaram.
Não houve um traidor naquela ceia,
Eram todos traidores da verdade.
Todos eram demônios, para eles
Fazer o mal não era novidade.