SONHO
Não me esquivarei
Desse destino ambidestro
Dos caminhos que ousei tomar...
Sou a sensibilidade a cada nervo
A carne que palpita
E geme
Que só sabe te chamar...
Meus sonhos úmidos
Deixam vestígios inconfessáveis...
Meu sangue é vinho dos Deuses
Venha se embriagar
Queimar nas brasas
De minha carne ardente
Destruir as sagradas barreiras
Construir um novo modo de amar...
Hoje não sou mais abstrata
Definem-se as curvas
Do imprevisto
As retas dos que
Sabem buscar...
Sou selva doce e molhada
Serena
E labareda incandescente
Estou tomada,
Perdida
Nesse sonho indecente
Que insiste,
Que procura,
Vc a me adentrar...
Rompe portas no arrebato
Deixa a vida pra lá
Viola a carne
A vida
Faz-me mulher nesse altar...
Sonho e desvario
É quase um navio
Sem porto pra atracar...
E a dualidade da existência
É roda da vida a te empurrar
Vem pros meus braços, amor
Até o dia raiar...