RESISTÊNCIA
E se o mundo for mundo
e o poeta resistir
ao peso de existir
ser-me-ei repleto.
Enquanto o pôr-do-sol
iluminar
o andarilho que sou
sofrerá a carne
a dolor da lembrança
apunhalada.
Duna encharcada de grãos, vento
batendo sobre as pedras
da consciência.
E o som sobre o papel
ao vento,
lúcido e lágrima.
– Do livro O SÓTÃO DO MISTÉRIO. Porto Alegre: Sul-Americana, 1992, p. 21.
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/2596849