O caminho

Segui o teu caminho sem saber o destino,

nenhuma pergunta, dúvida sequer,

nem mesmo escalando íngremes montanhas

em neves perpetuas, conduzindo elefantes carregados de memórias,

de fantasmas passados, loucas fantasias apaixonadas,

tacteando entre ventanias obstáculos, rochas afiladas,

precipícios sem fim,

parando por vezes em descanso justo,

no alheamento total da ilusão, oásis verde plantado

em violento oceano de ondas gigantescas

abafando sons de terror,

apenas indo, seguindo teus passos mesmo parados

na imensidão daquele campo de trigo ansioso das chuvas

purificadoras de outono.

Nunca me arrependi dos sentimentos hipnotizados,

conscientes expressos por frases, sorrisos cativantes,

silêncios profundos,

nem na noite em que te perdi na escuridão de lua cheia,

onde estrelas cadentes me orientaram para lugares opostos,

e,

nas lembranças vividas apenas me vi,

de mão dada contigo,

esperando furacão devastador.

Hoje voltaria sem questionar,

apenas querendo numa última visão

a luz desse teu sol brilhante

aquecendo, tudo iluminando,

libertando todos os medos em seu redor.

(Obrigado Milú)