SAÍ DE MIM...
Saí de mim
p’ra me olhar à distância,
e conseguir assim,
aquilatar da minha constância...
Não vejo desta atitude
o porquê...
Sair de mim
p’ra quê,
se não atinjo a plenitude!
A dissonância que me confunde,
a dúvida que em mim se infunde,
provam o ser complexo que sou...
Vivi, pouco vivendo,
olho em redor, pouco vendo,
e o júbilo... apenas por mim passou!
Saí de mim...
p’ra me olhar à distância,
mas pouco mais vejo do que já via...
Ampliada, a minha dissonância,
atrofiada, a minha própria sintonia!
De Amor e desejo, uma alquimia,
de dor e sofrimento uma fotografia,
emoldurados numa grande saudade
ornada de sonhos e beijos sem idade...