Palavras Anti-sociais

Entre páginas rasgadas de cadernos profanos.

As primeiras linhas sagradas de versos insanos.

Após teclas pressionadas e cordas tocadas.

As primeiras estrofes de canções afinadas.

Ritmos encantados, de sentido ao acaso inventado.

Abusando da utopia, da eterna fantasia e o romance exagerado.

Melodias infinitas narrando eventos banais.

Retratando morte e vida em palavras anti-sociais.

Viciando olhares curiosos, a alma viciando a mente.

Vício que atinge a carne e o corpo não sente.

Recuperando a lábia pecadora do poeta inocente.

De criança a prisioneiro da poesia inconsciente.

Poesia é droga consumível que corre na veia, eu sinto.

É a droga de uma taça abrigada por doses de vinho tinto.

Poesia é mal necessário, tão ausente quanto antigo.

É essência que em sua ausência faz-se presente sem motivo.

Transformando súbitos arruinados em vorazes algozes.

Injetando o vinho tinto em singelas overdoses.

Relembrando histórias fugitivas em mentes indiscretas.

Pelas esquinas esquecidas de verdades insinceras.

Leandro Freire
Enviado por Leandro Freire em 04/11/2010
Reeditado em 15/12/2010
Código do texto: T2596796
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