Velhice
No crepúsculo outonal da existência,
Aridez inclusa de tristeza secular,
Corpo cansado, extenuado, em falência,
Forças exauridas no torpor do enveredar.
Melancolia no sentir do fenecer,
Furtiva sombra na ambiguidade do porvir,
Das incertezas do caminho a proceder,
Titubeante na angústia do prosseguir.
De pertinência outrora embevecida,
Tempo inclemente de um viver malbaratado,
Insensato obreiro pelas agruras adormecido,
Traz o ocaso do vislumbre enclausurado.
Mas no espectro da velhice atormentado,
Ensandecido pelas marcas da vileza,
Sente o opróbrio de vestífio acalentado,
De indulgência travestida em realeza.