Corpo indefeso

Tanto som disperso oco na opacidade deste mar

sem destino, alternativa,

corais descritos por palavras novas,

inventadas no momento,

perdendo beleza única, esvaziamento completo

no simbolismo descrito de sonhos irreais,

incapazes,

nos rápidos deslizamentos de rochas sepultando

caricaturas de violetas expectantes,

nada com sentido, apenas o rasgar de papel

traçado por aparo pedindo complacência, lembrança,

memórias de ondas perfeitas, frases completas,

guitarra eléctrica esticando nota em slide perfeito,

indo sem descanso querendo horizonte longínquo

como tremenda cascata, abrupta,

final no abismo.

Sol escondia-se lá longe libertando negro acumulado,

ventos aprisionados,

algo estranho, descolorido, invadiu visão cansada,

hora do regresso às profundezas das fossas,

aos activos vulcões submersos,

caminhou direito ao mar sentindo o bater de ondas

no corpo indefeso,

emergiu,

desaparecendo de seguida.