ECO - LIX

Há braços, confesso, em ebulição
Sinais de fumaça e traças fiéis
Há veias incandescentes,
Olhares fluorescentes e portos inexplorados.
Risos contidos e cantos calados
Na mistura, criatura e criação
Nos colos de sobra,
Nas dobras do solo, na palma da mão.

Há laços e amores e abraços,
Litígio e consolação
Há rompantes de fúria e fugas,
Tremores incontrolados,
Cometas em rota de colisão
Nas rugas, nas praças,
Nos campos, nas particularidades das raças,
No fundo, mais fundo, da imensidão.

Há um eu, febril, divertido,
Um eu, de mim, por mim colorido
No espaço e tempo, na vastidão
Vez esboço, giz-de-cera, vez óleo sobre tela
Na gota da vela, no estribo, na sela
Clareira, aberta à força, na escuridão.