POEMA DO DESENCANTO


Se, pelo menos, eu pudesse fazer um poema.
Um que as pessoas pedirão para ouvir,
falando do que sinto ou um para falar de amor
mas que seja real, é só o que eu preciso.

Vou chorar por cada linha,
Um rio de criatividade,
minhas verdades transformadas em dor.

Um poema solitário,
Um poema quebrador de corações,
Um para fazer o verdadeiro sentimento
Vir a tona como lágrimas em almas renascidas..

Mas não um poema como todos os outros.
Um poema sem qualquer padrão,
Sem limite de linhas, sem forma para seguir.

Eu quero um poema livre, real e expressivo.
Um para amantes, senhores, garotas…
Poema para se viver , pra se lembrar
e em cada verso, o meu sangue. Uma volúpia ardente...
Dói-me nas veias, gota a gota displicente

E nestes versos de angústia rouca,
as mãos febris definham em escrita
trêmulas dessa dor maldita e
assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

Eu faço versos como quem morre
a cada gastar da tinta
a cada letra de mim extraída
a cada suspiro, em caligrafia distraída

E por fim;

meu sofrimento e dor indiferente ao teu olhar....
sou um verso por ler , um poema por acabar...
sou desdém, o nada no teu coração....
sou insónia e doce amargo que a tua boca me soube....
sou alma perdida que por ti a vida daria....
sou rosa florida que deixaste padecer



Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 03/11/2010
Reeditado em 30/01/2011
Código do texto: T2594178
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