Às Máscaras Árticas

Que todos são carentes,

Uns mais que outros

Em suas lágrimas incendiárias,

Outros menos que uns

Em suas máscaras árticas.

Ainda indago: para que

Fazer de tanta carência,

De tanto desapego,

Se podemos todos nós

Integrar este nosso todo?

Se nós, criaturas táteis

Ao invés de fazer de tantas táticas

Nãos nos concebemos utilitários

Comumente gratos

Por desfazer nossas personagens.

Ah! Tantas frígidas máscaras

Amedrontadas, guardiãs de tantas cicatrizes.

Escondendo tantas faces traumatizadas

Com tanto receio de novas diretrizes.

Pobres destas faces recônditas,

Acabrunhantes a vagar

Na ausência do dilacerar,

No entediar dos prazeres

A morrer estaticamente.

Pobres meras faces

Que de tanto sangraram.

Negam-se a escorrer,

Pois destras de tais máscaras

Resta apenas a carne fria.

Ironic
Enviado por Ironic em 03/11/2010
Código do texto: T2593958
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