Sobre o chão
O vazo vazio esquecido no fundo da varanda
Não se aguenta em si mesmo a sua espera
De tanto desejar que o final seja logo e breve
O telefone não toca e não soa a campainha
Que lateja quase inaudível no fundo da garganta
Entendido no seu nada
A falta de estremecimento ou pulsos vibrantes
Atormenta
E requer paciência
Amarrado e não livre
Preso em suas próprias palavras
Esquecido em seus próprios sentimentos
Em seus erros.
Tudo parece errar
No momento oportuno do compreendido
E menos ainda
No instante seguinte do acontecido
Na sua calma convulsa
Em seu oco.
Fica a sua espera.
De esperança talvez
De uma força longe e incompreendida
De uma teimosia
Tudo parece errar
Quando ao se olhar não há mais
Do que restos de objetos jogados
Restos de vidas salpicadas
Faltam-lhe os conectivos
Faltam-lhe as escadas
Que o levaria ao segundo andar
Ao suspiro
À excitação
De algo grande
E pleno.
Ele que subversivo
Não quis o que era breve
O que era certo
O que era.