FIM DE TARDE
Aquele que me via
não existe mais.
Agora, sou invisível:
Sou ninguém.
Ó mar inútil de Tamandaré
tua beleza oprime e desconcerta
meu coração vazio.
Ondas, espuma, pedras, maresia,
vento do mar, o sol e a lua fria
existem em vão.
Pessoas cumprem seu momento,
crianças se afastam das mães
e entram no mar
ou catam conchas.
O garoto passa e colhe
no olhar das meninas,
infinitas possibilidades
de beijos que nunca terão.
Eu olho tudo
e não estou em nada
e em lugar nenhum.
(Praia de Tamandaré, março 2009)