FIM DE TARDE

Aquele que me via

não existe mais.

Agora, sou invisível:

Sou ninguém.

Ó mar inútil de Tamandaré

tua beleza oprime e desconcerta

meu coração vazio.

Ondas, espuma, pedras, maresia,

vento do mar, o sol e a lua fria

existem em vão.

Pessoas cumprem seu momento,

crianças se afastam das mães

e entram no mar

ou catam conchas.

O garoto passa e colhe

no olhar das meninas,

infinitas possibilidades

de beijos que nunca terão.

Eu olho tudo

e não estou em nada

e em lugar nenhum.

(Praia de Tamandaré, março 2009)

Cliz Monteiro
Enviado por Cliz Monteiro em 02/11/2010
Código do texto: T2593466
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