APELO A UM POETA

Naquele fim de tarde

Chegou-me, sem alarde,

Um apaixonado beija-flor

E disse-me que queria

De mim uma poesia

Para dar ao seu amor.

E eu também ouvi

Do pequenino colibri

Que ela é comprometida,

Mas disse-me o galanteador

Que por aquela linda flor

Ele daria a própria vida.

Eu fiquei sensibilizado

Com o apelo do apaixonado

E encantador colibri.

Não hesitei e, então,

Botei lápis e papel na mão

E estes versos escrevi:

“Minha amada... amada minha,

A paixão por ti me definha

E maltrata meu coração...

Faz o que quiseres comigo,

Mas não me permitas o castigo

De morrer, à míngua, de paixão!

Sê bondosa com meu peito

E faz de mim um sujeito

Dos teus lábios merecedor.

Eu te prometo, doce amada,

Que nessa e noutras floradas,

Não mais beijarei outra Flor”.

Joésio Menezes
Enviado por Joésio Menezes em 02/11/2010
Código do texto: T2592789
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