PEDIDO

PEDIDO

Amor bandido.

Em um beijo selo a minha morte.

Ou seria nossa morte?

Beijo de Judas.

Amor de Judas.

Irmão também ama.

Nada disso eu busco.

E chorando na beira do meu precipício penso em ti.

Vejo as pedras pontiagudas no desfiladeiro.

Água mãe da vida corre como serpente que rasga e fere tudo.

Água que rasga e marca a minha face.

Que corta montanhas e abre caminhos.

Alimenta povos

Sacia a muitos

Então ainda há esperança?

Consumo-me

Desgasto-me

Faz-me sofrer

Queria tanto você.

Queria sentir que o desejo habita seu ser como consome o meu

E no turbilhão de minhas emoções tudo é cinza

Furacão negro.

Apaga-me

Destrói-me

E rezo por teu beijo

Não beijo de Judas

Não beijo de irmão

Muito menos em vão

Quero sentir tua saliva

E meu corpo estremecer pelo teu corpo

Quero que sulque a minha seiva

E por ti quero ser guiado.

Sofro tanto por ti

E nem sei, mas que raio me atingiu

Quero você.

Não sei mais como chamá-lo

De tu?

De você?

De vós?

Ou como sofro

Estar perto e querer o longe

E longe sonhar como seu toque.

Mas não toque das damas pelos seus filhos

Ou donzelas pelos seus amantes

Quero o toque de meretrizes pelos seus cafetões

Quero o pecado a luxuria e o prazer..

Venha e me toque.

Vos que tens porte de herói

Tu que ES tão certeza

Você que é dono de meu ser.

André Zanarella 27/06/2008