METROPOLITANOS - II

Do concreto que se espalha

Armado que assalta a vista

Espelhos que pouco se distam

Tantas são as torres que se chocam

Armadilhas para um caos de tráfego

Inibindo da razão ao amargo

Falácias sobre ares e parques

Escalda o que refrate e arde

Coxas nuas procuram uma vaga

Imponderável da Silva, outra saga

Regato exposto, um leito ácido

Vigília no ar, do corpo trágico

O copo esbarra na mão sedenta

Poeira na cara, o quanto se venta

Olhando as meninas, vendo vitrines

Parque, piscinas, parcos biquines

Todo um correr, avenida aflita

Do mais belo bife, bata frita

Na noite que geme e ferve

O corpo freme e arrefece

Todos os moinhos, gigantes & Dulcinéia

Pastores & andarilhos afeitos na Paulicéia

O que desvaira, entumesce

Na alva aurora que floresce

Todos os riscos, ritos, aqui se louvam

Tantos agitos & gritos, se apaixonam.

Só você não gosta de alguma coisa, basta dobrar a esquina!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 19/06/2005
Código do texto: T25907
Classificação de conteúdo: seguro