Mar
Na imensidão do Mar
Se perdeu o meu olhar,
Se afundou meu coração.
E essas águas salgadas
São as lágrimas choradas,
São a perda da razão.
Quantas vezes atravessadas,
Outras amaldiçoadas,
Quanta Vida, quanta Morte ...
E se tão longe me levam
Também me prendem, me cegam,
Me fazem perder o Norte ...
Quantas cartas eu escrevi ?
E quantas não recebi ?
As Sereias as guardaram ...
Eu bem no fundo senti
Que tinham ciúmes de ti
E por isso mas roubaram ...
Esses escritos perdidos,
Numa concha escondidos
No fundo do Mar sem fim,
Serão versos nunca lidos,
Segredos nunca sabidos ...
Serão eternos, assim ...
Se o Céu adormecer
E que pare de chover,
Mas se eu ainda chorar,
O Mar não deixará de encher
Porque enquanto lágrimas tiver,
O Mar será sempre Mar ...