A cigana

Cigana

Uma cigana no bosque.

Um baralho do destino.

Uma bola de cristal sobre a mesa.

A carta é de paus.

O rei perdeu seu trono.

O padre confessou a transgressão.

Pedofilia.

Todos já sabem.

A fé sucumbe ante a natureza real dos homens.

Isso não se pode negar.

É maior que nossa confissão.

A cigana fora queimada na fogueira.

Falou da sorte dos homens.

Condenaram-lhe a morte.

Bruxa!

Santa inquisição.

O cárcere está cheio de fiel.

As donas de casa fornicaram com o clero.

Belo!

A cigana sabia disso.

Contou a seus filhos.

A estória da madre de Deus.

Insano!

O vidente viu o futuro da mulher de Roma.

A mesma que queimou seus santos.

Depois os canonizou.

Sentaram na cadeira de Pedro.

Esqueceram que ele era um pescador.

É verdade!

As cartas não mentem.

Contra a natureza não se tem vitórias.

Vestimos-nos de gente.

Continuamos bichos.

É nossa sorte.

Nossa riqueza.

Uma predição com certeza.

A cigana está no bosque.

A moça está em pé te esperando passar...

Roosevelt leite
Enviado por Roosevelt leite em 31/10/2010
Código do texto: T2589359
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