Sorrir a criança

Com o brinquedo bem fabricado, mas frágil

(Sorrir a criança)

Carrinho de plástico, que daí a pouco se vai...

Alegra o seu coração com quase nada

(Sorrir a criança)

Encantada com beleza mesmo tão efêmera...

Tira as rodas... Arranca as portas e

(Sorrir a criança)

Como um mecânico... Leva-o e mostra ao pai...

Pobre menino do carrinho de plástico que

(Sorrir a criança)

Está com o brinquedo todo quebrado agora.

Pés descalço, calção rasgado, feijão na panela...

(Sorrir a criança)

Num último riso de quem vai dormir com fome.

E inocente, com febre e doente... Vai dormir...

(Sorrindo a criança...)

Para nunca mais acordar e brincar com o carrinho.