É assim...

Ela é muito bela. Até de noite suas formas se tornam muito apreciáveis.

Ela ainda é menina.

Charmosa mocinha que foi morar no beiço das águas.

Eu a chamo de caboclinha do mar.

Aperipê, Serigy, Pindaíba; todos foram pretendentes a se casarem com ela.

Mas ela nem os ligou, contudo, casou-se com todos.

Todos os homens se deitam com esta moça virgem.

Ninguém se cansa de falar dela.

Ninguém se abstém de viver nela

Viver com cheiro de rio e mar

Viver com moqueca e feijoada, carne assada e farinha de Itabaiana.

Caminhar no calçadão do centro.

Rezar na catedral um Pai Nosso e uma Ave Maria Pensando no Dr. Fausto.

Todos os dias seus sinos dizem as horas e não reclamam aposentadoria.

Depois ir fazer compras no shopping; olhar gente bonita carregando sua cruz.

Aqui tem caranguejo,

Requeijão e Maria doida.

Nem falo nas donas bonitas.

Elas estão aqui e espalhadas pelo agreste, pelo sertão e beira mar.

Ontem fui ao Santo Antonio; chorei ao pé do cruzeiro.

De cima da colina,

Eu vi novamente a menina.

A menina deitada na beira da praia.

Atalaia!

Vi que ela cresceu e com ela seus espinhos.

Mudaram-lhe os caminhos.

Falaram-lhe de outras terras.

Disseram-lhe do progresso; um sucesso.

De quem?

Aracaju caiu nessa?

É assim...

Roosevelt leite
Enviado por Roosevelt leite em 31/10/2010
Reeditado em 31/10/2010
Código do texto: T2588984
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.