[Véspera Branca...]
Numa qualquer travessa
da extensa subida,
aquela casa velha -,
paredes azul-claro,
jardim solitário,
janelas adormecidas.
Sobre o muro escuro,
cachos de rosas brancas,
minúsculas, delicadas,
despetalam-se no limo
da ampla calçada.
[Trescalam saudades...].
É a véspera... eu sei bem,
este ano, veio mais cedo.
A véspera antecipa-me
lembranças sulcadas
fundas n'alma...
Tão fundas que eu
até engendrei essas rosas,
assim miúdas, tristes...
Triste véspera branca
de pétalas de rosas caídas
na calçada silenciosa...
[Ah, eu as vi tantas vezes!]
[Penas do Desterro, 30 de outubro de 2010]