Hay que endurecer-se...
Abandonei a paz dos meus afetos
Semeando desertos insensatos
Caminhos tão incertos, quanto ingratos;
Sempre buscando mais que um rumo reto.
Porém, se tudo mais transcende o gesto
Conformando o manifesto além do trato
Quase todo protesto quer, de fato,
A ordem contumaz dos desonestos.
Nenhuma luz virá, nenhum alerta;
Não haverá beleza na procura
E nada brotará da boca aberta
Calada na destreza da tortura
O canto que brilhar da voz deserta
Despertará de vez nossa ternura.