O rio
Um rio passa por mim
Todos os dias
Todos os dias
O rio
Chicoteia as pedras
Serpenteia as margens
Mergulha na escuridão das grutas
Das pedras desvia
E vai pra lá-de-além do horizonte
Com uma fúria de não se sabe o que...
E assim vai
Ora calmo, ora furioso
Correndo pra não se sabe onde...
“O que há do outro lado?”
Perguntam aflitos os homens que por ele passam
Todos os dias
Aflitos e pesarosos com o amanhã...
Mas nalgum lugar do vasto rio existe um tranqüilo barqueiro que diz:
Que me importa saber o que há
Do outro lado do rio?
Importante mesmo é atravessá-lo!
***