O rio

Um rio passa por mim

Todos os dias

Todos os dias

O rio

Chicoteia as pedras

Serpenteia as margens

Mergulha na escuridão das grutas

Das pedras desvia

E vai pra lá-de-além do horizonte

Com uma fúria de não se sabe o que...

E assim vai

Ora calmo, ora furioso

Correndo pra não se sabe onde...

“O que há do outro lado?”

Perguntam aflitos os homens que por ele passam

Todos os dias

Aflitos e pesarosos com o amanhã...

Mas nalgum lugar do vasto rio existe um tranqüilo barqueiro que diz:

Que me importa saber o que há

Do outro lado do rio?

Importante mesmo é atravessá-lo!

***

Alex Canuto de Melo
Enviado por Alex Canuto de Melo em 30/10/2010
Reeditado em 30/10/2010
Código do texto: T2587117
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