Em versos, passos...

Passos marcados... Despercebidos... Perseguidos mundos... Alguns lençóis.
Perco-me, em segundos... Um abismo em cada linha... Pétalas sangrentas... Palavras mórbidas... A pele inventa.
Cascas arredondadas... Labirintos de laranjas descascadas.
E o mundo gira... E os sóis são sol... E agrido a rua, ao deslizar com um pé diante do outro.
Cabelos ao vento... Documentos... Mal-passados espaços... As ruas são estreitos laços.
Às sete horas, de um dia qualquer... Rasguei o que era sonho... Fiz dos lenços o recuo de mim... Contorcidos e elaborados gritos... Apelos são incapazes... As dores são incapazes...
Capacidade é fazer do dia esquecimento... Já não vejo as marias em sacos de linho... Lamento!
Artefatos...Artimanhas... Artrozes carretéis de línguas... Vida banhada ao riso passado.
Às sete horas de uma noite qualquer, parti-me ao meio... Sem lançar à sorte.
Médio retorno...
Os cinco minutos que ensinam a viver... Ventania... Vértice tamanho... Ver o que é engano.
Celestes são as cores do abrigo... Retas e riscos... Eu mesma faço parte disso.
Andei pelas ruas descoladas de um rio... Tantos ditos e lágrimas... Não entenderão, nunca, o que são as minhas metades...
Quem sabe a mão seleta... Quem sabe alguma outra face... Quem sabe?
E o mundo?... Ainda gira... Mas, com alguns desfalques.
Sei bem de tudo o que nos cerca... Chega a hora de deixar passar...
Ainda na ponte, à espera, dos cortes nos pulsos... Não meus, da ARTE.
Em versos, passos... Passo!


20:00