SEGREDO



Não se deixe enganar por mim.
A minha aparência é tranqüila,
mais é apenas aparência.
Meu eu real, está em confusão,
abandono e pânico, mais eu
oculto tudo isso, por que não quero
que vejam minha fraqueza.
Vivo presa, ansiosa por libertar mim mesma,
dos muros da prisão que eu mesma ergui,
das barreiras que tão dolorosamente construí.
Mas eu não digo nada disso a você.
Não ousaria.Tenho medo.
Tenho medo que seu olhar
não seja de amor e aceitação.
Então continuo a viver com a fachada de segurança
ocultando a criança que treme.
Um desfile de máscaras, todas vazias.
E converso com você coisas
inúteis e superficiais.
Digo tudo que não tem importância
e as vezes me permito dizer coisas especiais
Escute atentamente e tente ouvir,
o que eu não digo, o que eu preciso,
mas não sou capaz de dizer.
Eu não gosto de me esconder,
queria ser eu mesma,
mas sinto que não consigo, sem a sua ajuda.
Então segure a minha mão
mesmo que essa seja a última que
eu aparente necessitar.
Cada vez que você me encoraja, que eu
sinto carinho e compreensão no seu olhar,
nos seus gestos,
um par de asas nasce no meu coração.
mesmo que pequenas e frágeis...
Me ampare, por que uma criança é muito sensível
e eu sou uma criança.
Me abrace, por favor,
mesmo que isso te embarace,
por que eu sou uma pessoa
que você conhece muito bem:
Sou o teu eu em versão feminina
metade de sua alma aflita
querendo me reencontrar...
Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 29/10/2010
Código do texto: T2585819
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