AMARRA-DURA IMPERFEITA

Te encontrei num olhar,

te perdi no vão dos dedos,

como corte seco,

no vão das rochas.

Te vejo imagem turva,

objeto gasoso intangível,

mesmo a um palmo da face.

Mente retalhada de sonhos

confundem o presente,

com pretérito-mais-que-imperfeito.

Teu ser movediço

engole, gole por gole,

asfixia até a última gota.

Engolido pelo futuro,

que não acontece,

coagulo essa dor,

sem estancar.

Amarra-dura perfeita,

nóis em nós,

segura sem soltar,

mas solta....