Lembranças
Lembranças
Vejo que as luzes que antes para mim brilhava
Agora brilha para meu medo
Clareia-o para apavorar-me
Tenho reparado que os sonhos antes sonhados
Não pertencem mais ao meu mundo de fantasias
Eles se perderam
Caminharam sem rumo para algum lugar
Percebo que meus desejos fazem parte agora de um passado remoto
Tão remoto que passaram a ser um presente mais constante a vida das pessoas que me cercam
As vezes paro e penso.
Mas logo desvio desse pensamento
Pois não quero que minha alma se embebeda-se de minhas percas e ilusões
Outras vezes pela ação
Procurando estar sempre no movimento de não desconfiar da minha própria estranheza
Mas acabo por cair em tamanha monotonia e solidão que a descubro dentro de mim
Tenho ido a lugares e assistido tudo o que acontece em minha volta.
E quando percebo
Não passou de um replay
Então esqueço esse momento até que ele se repita novamente
Então tenho tentado ficar em casa.
E percebo que minha casa esta tão fora de lugar
De ordem
Está tão imprópria para mim como minha própria casa interior
E agora odeio ficar em casa
Por isso transito entre a experiência de ir e vir e experimentar ...
E percebo que tudo é insípto
Á alguns dias tenho tentado lembrar meus sonhos
Mas eles sumiram de minha consciência
Tem sido tenebrosos de mais para meu espírito
Tenho tentado tocar violão ou piano
Mais nunca esses instrumento estão devidamente afinados
E eu nunca consigo escolher um repertório
Sabe, tenho tentado desenhar
Lindas flores têm surgido nas folhas brancas de um A4
Mas enxergo-as vazias, escuras,
Um tom que não corresponde à beleza do desenho natural das flores
É o reflexo de meus olhos, de minha alma
Às vezes escrevo
E percebo que estou apenas preenchendo linhas e mais linhas
Acometida do maior mal que um amante das palavras pode ter
Como já dizia Fernando Pessoa, O mal do escritor
Aquele mal que lhe falta sentimentos, lhe falta palavras...
Por esses dias não me canso de olhar no visor do meu celular
Para ver se alguém se lembrou de mim.
Por esses dias tenho folheados livros e mais livros
E não encontro um ideal para eu ler
Por esses dias já nem consigo achar um poema infame
Para ler todas as noites.
Por esses dias tenho olhado no espelho e decido mil e um novo visual
Porque cansei de minha aparência, mas não tenho atitude para mudar.
Por esses dias abro o guarda-roupa e no meio de infinitas escolhas não consigo escolher nenhuma
Por esses dias tenho brigado com todos mais não tenho razão em nenhuma das minhas discussão .
Por esses dias olho o pôr- do-sol e não encontro o brilho e a beleza que dantes eu encontrava
Não sei
Não entendo
Dói tanto Tudo isso.
Por que esse vazio ¿¿
E às vezes percebo que até esse vazio me engana.