A AVE ESTRANHA

Falo! Falei, já disse:

Não é assim a ave estranha que voa,

que fala, bendisse:

Seja feliz a canção que entôa,

e o tempo não disperdice.

Vai correndo neste momento,

me saudou um certo pensamento

que falava e dizia coisas assim,

filosofando sobre a essência de mim.

Nem a havdalá e seu incenso

que marca o inicio da noite vespertina

falando de algo bendito que eu penso,

o triste olhar me fitou a linda menina.

Eu disse: Não falei, compus,

as mil faces da minha imaginação

desvendada das trevas, esta luz,

que estava guardada da emoção.

Assim me falastes em devaneio,

tu que me incitas ao meu iracundo

e sanguineo recheio

de mim, coberto de sono profundo.

Mas tu não falas, nem calas,

apenas reclamas do meu versejar,

me ponho a arrumar as minhas malas

e viajar até o lugar de te amar.

Não seja esta ave estranha

que te faça perder a compreensão

da linguagem que assanha

ritmícas batidas do meu coração.

Então não fales, nem penses mal,

orgulha-te da fluência do concatenar

eleva-te ao meu bom astral

a passos altos do lépido sonhar.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 28/10/2010
Reeditado em 28/10/2010
Código do texto: T2583555
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