AVANTE
Quando a injustiça vier bater a tua porta
com sua adaga afiada abrindo-te a ferida,
cega, a ameaçar-te a integridade da aorta
e tu sangrares numa angústia enlouquecida...
Se te marcarem com a cruz do desrespeito
em farpas finas, cacos, vidros triturados
a retalharem pensamentos torturados,
chorando a morte tão cruel do teu direito...
Quando teu mérito, jogado pelo ralo,
virar esgoto da brutal, torpe arrogância
de poderosos que te tratam tal vassalo
e te tornares o dejeto da ganância...
É só jogar o dó ao mar de fel distante,
sugar, à plena força, o ar, seguir adiante!