Anseio
Eu nasci pra te amar,
E nos meus versos cantar,
Canções de cândido louvor.
Ter sempre livre o desejo,
Sorrir no momento que vejo,
Dolente o palpitar do amor.
Eu nasci pra te querer,
Na sombra do alvorecer,
Sorver dessa boca mimosa,
O mel de indescritível paixão.
Sentir o prazer da emoção,
Vendo-te tão bela e airosa.
Abraçar o teu corpo lascivo,
No frescor de um amor permissivo,
Com carinho e ternura envolvente.
Caminhar tendo as mãos enlaçadas,
Como duas crianças mimadas,
Como dois amantes ardentes.
Oh quanto sentimento deixado,
Nas sombras do tempo, ofuscado,
Contido nos grilhões da saudade.
Paixão que me consome a vida,
Prisioneira n'alma sentida,
Tormento que tolhe a vontada.
Se desse amor florescido,
Tivesse n'alma sentido,
Carícias o meu peito envolver,
Ditosa me seria a alma,
Nos raros momentos de calma,
No embalho de um doce viver.
Mas tudo foi pura ilusão,
Lá dentro do meu coração.
Oh triste ser em tormento,
Quanto amor de sentimento forjado,
Desejo de um peito alijado,
Nas asas do meu pensamento.