" Inigualável sincronia..."

Caminhando e chorando, nas vicissitudes da vida, nas quais o amor é primazia;

A lua me encanta e o Sol se espanta, quando resvale pelos póros do corpo austeros;

Prefiro o inefável, que com seu açoite, nas brumas da noite, exalam melancolia;

E o albor da manhã, na sua impetuosidade sã, se torna o prelúdio do inverno.

Na reverberação do dia, meu corpo se exime e meus sentidos se comprimem;

Numa percepção indolente, da alma veemente desfalecida pelo encanto;

Da refulgência da vida, que na natureza límpida, ao mesmo tempo exprime;

A ilusão da luz, que na alma se traduz, em fronte revestida de pranto.

O que seria o amor, em seu eterno esplendor, se fosse travestido sob a forma de idílio?

Ocultando o inditoso, que em seu escárnio fervoroso, é amigo da realidade cruciante?

Pois os viajantes sentimentos, frementes detentos, vagam no luar procurando o exílio;

Para que depois se emanem, e as canções da noite cantem, enlevos da alma não distantes.

Oh lua, lânguida e trêmula por entre as nuvens a passear!

Esperando o amanhecer, e os raios de Sol a enternecer, com a beleza do porvir;

A inigualável sincronia, da alternâcia de noite e dia, é a efervescência do amar;

E alma que se conduz, no escurecer que se torna luz, é o espelho da verdade de existir.

laripsyche
Enviado por laripsyche em 18/06/2005
Código do texto: T25810