" Inigualável sincronia..."
Caminhando e chorando, nas vicissitudes da vida, nas quais o amor é primazia;
A lua me encanta e o Sol se espanta, quando resvale pelos póros do corpo austeros;
Prefiro o inefável, que com seu açoite, nas brumas da noite, exalam melancolia;
E o albor da manhã, na sua impetuosidade sã, se torna o prelúdio do inverno.
Na reverberação do dia, meu corpo se exime e meus sentidos se comprimem;
Numa percepção indolente, da alma veemente desfalecida pelo encanto;
Da refulgência da vida, que na natureza límpida, ao mesmo tempo exprime;
A ilusão da luz, que na alma se traduz, em fronte revestida de pranto.
O que seria o amor, em seu eterno esplendor, se fosse travestido sob a forma de idílio?
Ocultando o inditoso, que em seu escárnio fervoroso, é amigo da realidade cruciante?
Pois os viajantes sentimentos, frementes detentos, vagam no luar procurando o exílio;
Para que depois se emanem, e as canções da noite cantem, enlevos da alma não distantes.
Oh lua, lânguida e trêmula por entre as nuvens a passear!
Esperando o amanhecer, e os raios de Sol a enternecer, com a beleza do porvir;
A inigualável sincronia, da alternâcia de noite e dia, é a efervescência do amar;
E alma que se conduz, no escurecer que se torna luz, é o espelho da verdade de existir.