Via de uma mão só

Entrego o que quase não tenho

Quero falar com quem quase não ouve

Escrevo para os que quase não leem

Dirijo em uma rua em que ninguém trafega

Não há resposta

Não há ligação

O que há?

Uma falta de algo que não existe

Um vazio de um local preenchido as custas de sentimentos

Que quase não tenho

De palavras que quase não saem

De leituras que quase não existem

Um carro vazio em uma mão única

Contra minhas mãos

Minhas palavras

Meus desejos

Minhas respostas desligadas

Nisa 22/10/2010