SENZALA DE SONHOS
Quando bolem sombras e sonhos
no inconsciente
sei-me procurando
nas Províncias-de-Ninguém
Quintais de ilusão
onde o amor é passagem
flâmula ao vento
Quintais de recordações
e fugas
onde o tristonho, a chuva
choram sobre mim
Portais de milagres
quando o Amor assume
navegando maresias
Pomos de desejos
luas consumidas
cristais
ajuntados cristais
nas Províncias-do-Nada
onde o amor
é a ausência
a acordar-se a cada
passo
a cada.
– Do livro O SÓTÃO DO MISTÉRIO. Porto Alegre: Sul-Americana, 1992, p. 23.
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/2580301