Alma
Leve leve esgueirava-se de mim, ganhando aos poucos a rua, o ar, o céu. Alçava o mundo, aquele de fora, aonde até agora se era possível ver através dos caixilhos tépidos da calma.
De passo em passo arriscava mais, esticava-se, num desenho ilógico traçado no ar...
E me perdi nas suas linhas, larguei de tentar segurar coisas mal comportadas nas mãos. Deixei irem os meus tesouros nas águas represadas dos sonhos...deixei-as ir também, as águas...porque meu não será nunca o que não possuo. E se não possuo, então não perdi.