JOÃO DE BARRO
Canoro, João de Barro,
que constroi o seu sonho
que no futuro que me esbarro
vazio e tristonho
como a guimba de um cigarro.
Vi a tua casa na natureza,
me encantei no cume do engenhoso
por ver tanta destreza
ao por do sol maravilhoso
exposto estava a tua beleza.
Não a quero ver vazia
como a vi na floresta desse menino
quando estive na pescaria
tentando pescar um destino
de um João que fez do barro divino.
E fui arrastando a fimbria do cobertor,
sem que a minha ingênua percepção
já cultivando por ela um amor
e por uma menina loura uma paixão
que era apenas um infanto sonhador.
Logo vi que o João de Barro
construia a sua casa
como aquele arquiteto bizarro
o meu coração que me arrasa
tirando com minha cara um sarro.
Foi ao seu som que enchi o meu cambão,
lembrei do rosto da minha menina,
a linda imagem que me veio ao coração
no odor das folhas quando fundo respira
e aspira uma ingenua paixão.
E voltei ávido da floresta
do passeio pela minha fantasia
que o real que ainda me resta
ver a sua casa de barro vazia
o João cantor, cantou na minha festa.
(YEHORAM)