JOÃO DE BARRO

Canoro, João de Barro,

que constroi o seu sonho

que no futuro que me esbarro

vazio e tristonho

como a guimba de um cigarro.

Vi a tua casa na natureza,

me encantei no cume do engenhoso

por ver tanta destreza

ao por do sol maravilhoso

exposto estava a tua beleza.

Não a quero ver vazia

como a vi na floresta desse menino

quando estive na pescaria

tentando pescar um destino

de um João que fez do barro divino.

E fui arrastando a fimbria do cobertor,

sem que a minha ingênua percepção

já cultivando por ela um amor

e por uma menina loura uma paixão

que era apenas um infanto sonhador.

Logo vi que o João de Barro

construia a sua casa

como aquele arquiteto bizarro

o meu coração que me arrasa

tirando com minha cara um sarro.

Foi ao seu som que enchi o meu cambão,

lembrei do rosto da minha menina,

a linda imagem que me veio ao coração

no odor das folhas quando fundo respira

e aspira uma ingenua paixão.

E voltei ávido da floresta

do passeio pela minha fantasia

que o real que ainda me resta

ver a sua casa de barro vazia

o João cantor, cantou na minha festa.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 25/10/2010
Reeditado em 25/10/2010
Código do texto: T2576680
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