SER...TÃO...

PEDIU AOS CÉUS, E RECEBEU,

O TEMPO NUBLOU, QUASE ANOITECEU,

A VELHA NA LIDA, OLHANDO PRO CÉU,

CHEGANDO A NOITE, FELIZMENTE, CHOVEU.

REGANDO O PASTO, ALIMENTANDO A ERVA,

NUTRINDO CAMPOS, E HUMANIDADE,

SECA ERA A TERRA, DESTA CIDADE,

QUE POR REZAS, SE CONSERVA.

UM COPO D'ÁGUA, É PRIVILÉGIO,

UM BANHO A NOITE, É IMPOSSÍVEL,

DERRAMAR A ÁGUA, É QUASE CRIME,

DIZEM OS MAIS VELHOS, É SACRILÉGIO.

TALVEZ MAIS TARDE, DAQUI UM ANO,

ALGUÉM SE COMPROMETA, E NOTE A FOME,

DESTE POVO NOBRE, QUE VIVE NA SECA,

EM SOLO SAGRADO, E NUNCA PROFANO.

UM POVO HUMILDE, POVO DE BEM.

QUE TRABALHA A TERRA, QUANDO A CHUVA VEM,

E REZA À NOITE, PRÁ CHUVA CAIR,

POIS NÃO TEM AJUDA, DE MAIS NINGUÉM.

EU OLHO ESTE POVO, QUE JAZ NO SERTÃO,

QUE LIDA NO DIA, INVERNO OU VERÃO,

E QUE SÓ É LEMBRADO,

EM ÉPOCA DE ELEIÇÃO.