Amor em Células

Os gestos demonstram amor,

mas os lábios não diz,

falta brotar a coragem,

e crescer, criar raiz,

deixar o medo de lado,

apostar prá ser feliz,

mas...

...o olhar do poeta vê um obstáculo,

que pode pôr tudo a perder,

desmoronar o sonho, o castelo,

encerrar de vez,

com o espetáculo,

com o maravilhoso ato de amar,

mesmo que seja em silêncio,

e sem testemunhas,

pois o poeta talvez esconda,

atrás de uma porta,

prá que não sofra,

se for outra a resposta,

e a dor do medo,

de perder a amada,

a deslumbrante fada,

faz com que ele,

se refugie, e permaneça calado,

lançando em versos,

o teu choro, o teu lamento,

que não há muita dor,

nem sofrimento,

é um algo gostoso,

que doi e que passa,

que mantêm a beleza,

do amor verdadeiro,

de puro sentimento,

platônico talvez,

talvez.

O que importa é que perto,

a pura essência toma conta,

preenche o ambiente,

a dor por si se sufoca,

e o amar volta à tona,

e vibra em cada toque,

cada célula produz um som,

uma harmonia, de células,

de células que amam,

e que sonham serem amadas,

e viverem entrelaçadas,

nas células da fada,

por toda uma vida,

uma vida encantada

Antônio Beatriz
Enviado por Antônio Beatriz em 24/10/2010
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