Dissecação

(Dedicado á Pollyane Schenato)

Começo tirando a máscara,

Depois, retiro os defeitos,

E as qualidades.

Retiro também a pele,

Composta de células (Bastante água, salvaríamos o mundo com ela),

Retiro também os músculos (algumas pessoas os comem ( (de animais) ),

Sobra-se os ossos (só?)

Os ossos são enterrados,

Em um ritual louco,

insano,

quase profano,

Mas humano

extremamente humano.

Sobra-me a Alma!!!

Calma, sincera e serena,

Como a chuva que rega a terra,

E a semente, como a gente,

Que nasce pequena.

Mas antes de tudo,

Vem a poesia...

...que brota da mente da gente,

Pois quando éramos semente,

Ela já existia.

Disseca-se o ser,

Mas não a fala,

O ser quando morre não se cala,

Guimarães rosa, machado de Assis,

Carlos Drummond, augusto dos anjos,

E os anônimos...

..que morrem sozinhos,

Sem publicar nada,

Sem sentir o carinho,

Ou a atenção...

De outros seres, que vivem, que lutam,

E se intitulam...

...cidadãos!!!

Eu, anônimo que sou,

Resolvi prestar homenagem,

Aos artistas anônimos,

Que tem muito mais que eu,

Na bagagem, na vida, na imagem,

Que sabem que fazem da vida,

Um encontro da lua com o sol,

Ou o duelo da noite com o dia,

E declarar de uma vez...

...que a vida por si só...

...é uma eterna poesia!!!

Antônio Beatriz
Enviado por Antônio Beatriz em 24/10/2010
Código do texto: T2576563
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