Molécula
No universo tão infinito
Minha cidade é quase nada
Tão pequena quanto uma molécula do ar
Eu a inspiro, como um cigarro ou um perfume
Dependendo do meu filtro orgânico
E da minha psicológica sensibilidade odora
Não sou eu, ela não se é
A sou e ela me é
Assim como minha paternidade
Que me dá a minha inexistência, antes do zero
Pais sociais, sociedade paterna
Pernas de papel e de matérias raras
Todos têm...digestão só com as pernas
Alguns usam cadeiras de rodas ou próteses
Outros se esforçam com as mãos
Se inferno existe e para lá irei
A sociedade junta levarei
Não sou livre nem sincero
Sou um cérebro e em si um mistério
Como se a minha justa realidade não existisse
E sim apenas um fruto da consequência sarcástica que aqui reside