Fronteira

Inexistente razão em si

Quando o crucifixo apunhala o cérebro de uma pessoa

Cética ou ateísta, neutra ou interrogativa

O sangue derramado na balança

Desacelerará a dependência da razão

Apenas quando a hemorragia for infinita

Como a corda que segura o crucifixo

Que não para de crescer ao céu, em velocidade infinita

E quanto mais perto de Deus ela está, mais longe dele estará

Fé é razão que não se acha no Papel nem na boca

Razão que não existe, mas a tem.

Deus é um vento que quando frio nos congela

E quando quente nos queima

Mas o vento não se captura

Somos o deus de Deus

Somos o seu criador

Ele apunhala nosso cérebro, e com o nosso cérebro apunhalamos seu punhal.

Não podemos conversar com ele, ele não pode nos ouvir

Não podemos ver ele, ele não existe

Mas quando nos ajoelhamos, ele “existe”

Como uma interrogação no Papel

Deus, problema insolúvel

Somos todos ateus

À medida que procuramos pela razão da fé

Menos razão teremos, ganhando razão para não acreditar

Sendo que o zero não existe, na ilha da fé e da razão

Onde o mar é o inalcançável.

T a n
Enviado por T a n em 18/06/2005
Código do texto: T25760