Fronteira
Inexistente razão em si
Quando o crucifixo apunhala o cérebro de uma pessoa
Cética ou ateísta, neutra ou interrogativa
O sangue derramado na balança
Desacelerará a dependência da razão
Apenas quando a hemorragia for infinita
Como a corda que segura o crucifixo
Que não para de crescer ao céu, em velocidade infinita
E quanto mais perto de Deus ela está, mais longe dele estará
Fé é razão que não se acha no Papel nem na boca
Razão que não existe, mas a tem.
Deus é um vento que quando frio nos congela
E quando quente nos queima
Mas o vento não se captura
Somos o deus de Deus
Somos o seu criador
Ele apunhala nosso cérebro, e com o nosso cérebro apunhalamos seu punhal.
Não podemos conversar com ele, ele não pode nos ouvir
Não podemos ver ele, ele não existe
Mas quando nos ajoelhamos, ele “existe”
Como uma interrogação no Papel
Deus, problema insolúvel
Somos todos ateus
À medida que procuramos pela razão da fé
Menos razão teremos, ganhando razão para não acreditar
Sendo que o zero não existe, na ilha da fé e da razão
Onde o mar é o inalcançável.