[04h36... A Catarse, Onde...?]
À noite, quando a solidão
torna ainda mais ásperas
as duras escamas do silêncio,
nos sonhos, o desejo
chega a ser corrosivo...
O corpo é cobra mal matada;
indócil, revira-se nos lençóis,
e desperta, sequioso...
Olhos parados na penumbra,
eu sei: o teto é mau conselheiro,
não me oferece saídas...
Um carinho, um abraço —
um crisol, a catarse, onde?
Anda longe, tão longe...
[Penas do Desterro, 24 de outubro de 2010]