Noite Alta

na cabeça, o vinho e

a memória da pele...

dança e canto

reverberam no, agora, silêncio

como dor fantasma d'um membro amputado

como um sonho cortado ao meio

noite alta

lua alta

lua minha

intransigente calmaria

silêncio cálido

reclamando olhares

uivos, serenatas

um sem-som

a iludir amantes

a dar-lhes nada

além do

branco espelho

da rua

noite alta

pensamento opaco

som de silêncio agudo

flutua