Cheiro daquela noite
A memória invade o silêncio da noite
acordada,
nuvens num momento distraído sem aviso,
tapando céu estrelado, cintilante,
restando lua cheia brilhante, visível
provocantemente no luar de agosto quente
lá longe no tempo,
um breve olhar trocado invadindo,
qual maremoto,
o areal infindável, hecatombe nos sentimentos reavivados,
nesse toque de dedos teimando em escorregar,
tentando, procurando
invadir pele jovem,
desejos de promessas futuras hoje esquecidas,
relembradas apenas nos gestos simples
de crianças escondidas nos corais
olhando baleias cantando a piratas adormecidos
perigo escondido nas aventuras e conquistas imparáveis.
Sorri, olhando o cigarro fumegando,
fumo subindo, formando estranhas figuras,
logo desfeitas por vento fugidio entrando,
nada parava o tempo ido nem o amanhã
que timidamente voltava,
restava o pensamento, lembranças infinitas,
faltando cheiro daquela noite
na magia das palavras.