[00h23... Sombras de Pássaros em Tuas Mãos]

[Para a meditação de "Meus Momentos"]

Às vezes, furtiva é nossa passagem,

e o estranhamento de quem nos perde

é tão fugaz quanto as sombras

que fazem os pássaros rápidos...

Em toda a minha vida de sertão

e de cidade pequena, nunca vi um curiango!

Surgiam à boca da noite, em voos rasantes...

Mas eu nunca, nunca os via!

Silenciosos, eram como sombras,

quando cortavam, num súbito,

o ar frio da noite caindo sobre

os chifres do gado no curral...

[à noitinha, eu via mais os chifres...]

Somos assim, rasantes de sombras rápidas,

somos presenças instáveis: aptas para a traição

dos olhos, da boca, das mãos ansiosas?!

— Ah, já vamos nos perder — e nada importa!

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[Penas do Desterro, 20 de outubro de 2010]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 22/10/2010
Reeditado em 13/07/2012
Código do texto: T2571139
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