Psicodélicos

Primeiro era o sol

Que enfastiava o clarão do dia.

Depois à noite, todos navegavam

Nos raios da lua.

Mas, o barco a deriva, na escuridão...

Nem sempre afundava com a maré.

Algumas vezes...

Pescava as funduras da mente

Num mergulho raso

Ao fundo de cada semblante

O infinito pulsar da alma.

Outras vezes...

Pegávamos carona para o nada

E, nos lançávamos nas enxurradas

Abandonando a sorte que nos abandonou.

Mas se fosse preciso...

Poderíamos voar além das fronteiras

Até fechar a boca do abismo...

Só para abraçar aquele arco-íris

Que ficava perdido entre os mundos.

Ali, naquele calor de cio...

Abrasávamos nossos corpos em delírio

Até Alcançar o infinito...

Sem precisar existir.