A noite passada

A noite passada provocámos amor sempre adiado,

escondido

pela areia de praia salpicada por mar em sossego

batendo levemente nas rochas abruptas,

imponentes,

um desprendimento aconteceu naquele mesmo momento,

como se tudo parasse as galáxias na escuridão

da entrega,

interrompida por suspiros,

gemidos,

entrega em urros vibrantes encobertos,

arrefecidos no suor constante, logo recomeçada

na plenitude máxima, absoluta,

total,

suspensa dessa sôfrega união, tudo parando em redor,

eternidade violenta por breves segundos intermináveis,

únicos desabamentos internos na cumplicidade

deste nosso cosmos,

senti o choro das alegrias renascidas

mesmo quando as velas tremiam no seu silencioso apagar,

natural desprendimento momentâneo seguido de reencontro

de âmagos em caminhos pedidos,

perdidos alguns.

Hoje vi o sol nascer a teu lado,

neste sonho acordado inesquecível,

revelando no mais profundo de mim

esta calmaria

das fugas seguidas mesmo em portos seguros

procurando aventuras desconexas,

no simples suave beijo deste amanhecer.

Por onde andas querida ilusão?